Tenossinovite de De Quervain

Tenossinovite de De Quervain

A Tenossinovite de De Quervain representa uma condição clínica que acomete predominantemente os tendões abdutor longo do polegar e extensor curto do polegar, situados no primeiro compartimento dorsal do punho. Sua etiologia está intimamente relacionada à sobrecarga repetitiva e contínua desses tendões ao transitarem sob um retináculo extensor espessado e inflamado. Tal quadro patológico manifesta-se, sobretudo, por dor e inflamação na região da estiloide radial, sintomas que se intensificam com movimentos que envolvem desvio ulnar, punho cerrado e flexão da articulação metacarpofalângica (MP) do polegar.  Atividades rotineiras, como uso excessivo de celulares, torcer um pano, carregar crianças ou utilizar um martelo, frequentemente intensificam os sintomas.

Tenossinovite de De Quervain
NYSORA

A tenossinovite de De Quervain apresenta-se, primordialmente, com dor ao longo da borda externa do punho e do polegar, especialmente durante o uso dos tendões acometidos. Esses tendões desempenham funções essenciais, como elevar o polegar na posição de “carona” ou movê-lo lateralmente, em gestos cotidianos como segurar um objeto. Além da dor, pode-se observar edema local, e alguns indivíduos relatam sensações de estalidos ou travamentos durante o movimento do polegar, frequentemente acompanhados de rigidez. Em casos mais avançados, pode surgir um cisto preenchido por líquido, exacerbando o desconforto e a limitação funcional.

Para diagnosticar a tenossinovite de De Quervain o médico ou o fisioterapeuta utilizam métodos clínicos específicos. O exame físico pode incluir a palpação da região afetada em busca de dor e inchaço característicos. Além disso, é comum a realização do teste de Finkelstein, no qual o paciente posiciona o polegar dentro da palma, segura-o com os demais dedos e dobrar o punho na direção do dedo mínimo. A manifestação de dor durante esse movimento sugere um resultado positivo para o teste, indicando a possível presença da condição.

Teste Finkelstein
Orthoinfo

A tenossinovite de De Quervain, em grande parte dos casos, apresenta melhora significativa com medidas conservadoras, como repouso e modificação das atividades. Abordagens terapêuticas eficazes incluem:

  • Repouso: Evitar movimentos ou atividades que agravem a dor é fundamental para aliviar os sintomas.
  • Aplicação de gelo: Compressas frias podem ser aplicadas em área dolorida por 20 minutos a cada 4 horas, desde que não haja contra-indicações, como problemas circulatórios ou de nervos periféricos.
  • Talas: Uma tala removível que mantém o pulso reto e o polegar ainda em uma posição confortável pode melhorar a dor, especialmente quando usada à noite.
  • Fisioterapia: À medida que os sintomas estão se instalando, você pode iniciar alguns exercícios para recuperar a amplitude de movimento, força e função.

Nos casos em que os sintomas persistem após seis semanas de tratamento conservador, intervenções adicionais podem ser consideradas:

  • Injeção de corticosteroides: Indicada para reduzir a dor e a inflamação.
  • Cirurgia: A descompressão cirúrgica da bainha tendinosa pode ser necessária em situações refratárias.

Essas opções visam restaurar a funcionalidade e aliviar o desconforto, proporcionando um retorno seguro às atividades diárias.

  1. Anderson M, Tichenor CJ. A patient with de Quervain’s tenosynovitis: a case report using an Australian approach to manual therapy. Phys Ther. 1994;74(4):314–326. doi: 10.1093/ptj/74.4.314.
  2. 10.Ilyas AM, Ast M, Schaffer AA, Thoder J. De Quervain tenosynovitis of the wrist. J Am Acad Orthop Surg. 2007;15(12):757–764. doi: 10.5435/00124635-200712000-00009. 
  3. 11.Jaworski CA, Krause M, Brown J. Rehabilitation of the wrist and hand following sports injury. Clin Sports Med. 2010;29(1):61–80. doi: 10.1016/j.csm.2009.09.007. 
  4. 12.Lamphier TA, Long NG, Dennehy T. Dequervain’s disease: an analysis of 52 cases. Ann Surg. 1953;138(6):832–841. doi: 10.1097/00000658-195312000-00002. 
  5. Papa JA. Conservative management of de Quervain’s stenosing tenosynovitis: a case report. J Can Chiropr Assoc. 2012;56(2):112–120. 
  6. Wolf JM, Sturdivant RX, Owens BD. Incidence of de Quervain’s tenosynovitis in a young, active, population. J Hand Surg. 2009;34(1):112–115. doi: 10.1016/j.jhsa.2008.08.020. 
  7. Fakoya AO, Tarzian M, Sabater EL, Burgos DM, Maldonado Marty GI. De Quervain’s disease: a discourse on etiology, diagnosis, and treatment. Cureus. 2023:15(4):e38079. doi:10.7759/cureus.38079
  8. American Society for Surgery of the Hand. de Quervain’s tenosynovitis.

Gostou? Compartilhe esse conteúdo para mais pessoas verem.

Picture of Lucas Veríssimo

Lucas Veríssimo

Autor e proprietário da Avantefisio