O manguito rotador é uma estrutura anatômica fundamental, composta por um conjunto de quatro músculos — Supraespinhal, Infraespinhal, Subescapular e Redondo menor — que, ao se inserirem por meio de tendões, formam uma espécie de “manguito” que reveste a cabeça do úmero. Originários da escápula, esses músculos têm a importante função de estabilizar e movimentar o ombro, ao se fixarem em proeminências ósseas denominadas tuberosidades maior e menor, permitindo a articulação harmoniosa do braço.

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O que é uma ruptura do manguito rotador?

O manguito rotador, formado por quatro músculos que se inserem na parte superior do úmero por meio de seus tendões, desempenha um papel essencial na articulação esférica do ombro, composta por três ossos: o úmero, a escápula e a clavícula.

A cabeça do úmero, em sua complexa biomecânica, se articula com uma cavidade na escápula, enquanto o manguito rotador, atuando como uma sofisticada conexão de músculos e tendões, assegura a firme integração entre o úmero e a escápula, garantindo a estabilidade e mobilidade desta articulação vital.

Quando o manguito rotador é lesionado, o comprometimento ocorre nos tendões, que são responsáveis por conectar os músculos do manguito ao osso. Esses tendões quando sofrem inflamação ou lesão, sua capacidade funcional é severamente prejudicada, impossibilitando o desempenho adequado das atividades articulares e musculares que garantem a mobilidade e a estabilidade do ombro.

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O que causa uma ruptura do manguito rotador?

As rupturas do manguito rotador podem resultar tanto por lesões agudas (traumáticas) quanto de lesões crônicas, que se desenvolvem gradualmente ao longo do tempo (1). Uma lesão aguda pode surgir durante uma queda ou o levantamento de um objeto pesado, enquanto as rupturas por lesões crônicas, tendem a ocorrer devido a um dos três motivos.  

• Estresse repetitivo: As rupturas ocasionadas por estresse repetitivo, comumente conhecidas como lesões por sobrecarga, surgem quando o manguito rotador é submetido a esforços contínuos que, ao longo do tempo, comprometem sua integridade. Diversas práticas esportivas, como tênis, remo e arremesso, exigem movimentos que impõem tensão significativa a essa estrutura, favorecendo o desgaste progressivo. Da mesma forma, certas atividades profissionais ou tarefas cotidianas que envolvem movimentos repetidos, como a pintura, podem resultar em lesões acumulativas decorrentes do esforço prolongado. (1)
• Falta de suprimento de sangue: Com o avanço da idade, o suprimento de sangue para os tendões do manguito rotador diminui de forma significativa. O fluxo adequado de sangue é crucial para os processos de reparação tecidual, e essa redução compromete a capacidade do corpo de regenerar lesões de maneira eficaz. Como resultado, a menor vascularização torna os tendões mais suscetíveis a rupturas gradativas ao longo do tempo, refletindo o declínio natural dos mecanismos de reparação do organismo. (1)
• Síndrome do impacto: Esse fenômeno refere-se ao estreitamento do espaço entre o acrômio e o manguito rotador, levando ao atrito entre o acrômio, o tendão e a bursa, o que resulta em dor persistente (1). Tal condição pode provocar uma tendinite crônica, aumentando significativamente a probabilidade de uma ruptura do manguito rotador com o passar do tempo (2).

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O envelhecimento, a má postura, o hábito de dormir repetidamente sobre o mesmo braço e a realização frequente de atividades que exigem a elevação contínua dos braços são fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome do impacto (3).

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Quem corre o risco de uma ruptura do manguito rotador?

Há diversos fatores que podem aumentar a probabilidade de ocorrer uma ruptura do manguito rotador. Entre os fatores de risco mais comuns estão: (1)(4)(5)

• Idade avançada
• Braço dominante (a ruptura é mais provável no braço dominante)
• Ocupação (por exemplo, pintores e trabalhadores da construção civil)
• Certos esportes (por exemplo, tênis)
• Exercícios ou atividades com movimento acima da cabeça
• Estar acima do peso
• Tabagismo
• Traumatismo
• Pressão alta
• Má postura

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Quais são as complicações de uma ruptura do manguito rotador?

Algumas rupturas do manguito rotador podem ser assintomáticas, ou seja, não causam dor imediata, permitindo que a lesão se agrave até que, finalmente, o desconforto surja e o indivíduo busque tratamento. É fundamental procurar assistência médica assim que se perceba dores persistentes ou progressivas no braço e ombro, uma vez que rupturas não tratadas adequadamente podem evoluir e se tornar mais graves. (1)

Ignorar uma lesão no manguito rotador pode comprometer significativamente a qualidade de vida, tornando até simples tarefas, como pentear o cabelo ou alcançar um objeto, desafiadoras. No entanto, nem todas as intervenções exigem cirurgia; há diversas abordagens não cirúrgicas, como fisioterapia ou injeções articulares, que podem ser eficazes.

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Prevenção

A prevenção de rupturas no manguito rotador passa pela modificação de fatores de risco que estão sob o controle do indivíduo. Por exemplo, se há excesso de peso ou hábito de fumar, é aconselhável buscar orientação médica sobre perda de peso ou programas para cessação do tabagismo. Além disso, pergunte ao seu fisioterapeuta sobre a incorporação de um programa de condicionamento do manguito rotador e do ombro em sua rotina. Tal programa pode envolver exercícios de fortalecimento e flexibilidade, projetados para melhorar a estabilidade e a amplitude de movimento da articulação do ombro (6), contribuindo para a sua integridade a longo prazo.

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Referências bibliográficas

1. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Rotator cuff tears.
2. MedlinePlus. Rotator cuff problems.
3. MedlinePlus. Rotator cuff problems.
4. Zhao J, Pan J, Zeng L feng, Wu M, Yang W, Liu J. Risk factors for full-thickness rotator cuff tears: a systematic review and meta-analysis. EFORT Open Rev. 2021;6(11):1087-1096.
5. Bodendorfer BM. Corr insights®: what factors are associated with symptomatic rotator cuff tears: a meta-analysis. Clin Orthop Relat Res. 2022;480(1):106-108.
6. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Rotator cuff and shoulder conditioning program.