As rupturas meniscais podem surgir tanto em decorrência de práticas esportivas quanto de atividades cotidianas. Embora qualquer pessoa esteja suscetível, os atletas, particularmente aqueles envolvidos em esportes que demandam giros e torções — como futebol, vôlei e basquete —, apresentam maior risco. Os sintomas mais comuns incluem travamento, falseio ou dor no joelho, isoladamente ou em combinação.

A ressonância magnética é amplamente reconhecida como o método diagnóstico mais preciso e não invasivo para identificar essas lesões, que podem ser classificadas como traumáticas ou degenerativas. Pequenas rupturas (<1 cm) geralmente são tratadas de forma conservadora, enquanto as maiores (≥1 cm) ou que envolvem a raiz do menisco raramente cicatrizam espontaneamente, exigindo intervenções artroscópicas, seja por reparo ou, em casos complexos, meniscectomia parcial.

O sucesso do tratamento depende de acompanhamento rigoroso e adesão a um programa de fisioterapia estruturado, evidenciando a necessidade de uma abordagem integrada para a reabilitação completa.

a

a

Sintomas

A ruptura do menisco é uma lesão frequente do joelho, caracterizada por dor na região anterior, que pode localizar-se na porção medial do joelho — mais comum nas lesões do menisco medial — ou na porção lateral, nos casos de lesão do menisco lateral. Curiosamente, logo após a ocorrência da lesão, é possível que o indivíduo consiga caminhar e até mesmo continuar a prática esportiva. Contudo, no intervalo de um a dois dias, o joelho tende a apresentar um inchaço significativo e rigidez, tornando-se desconfortável e limitando progressivamente a mobilidade.

Além da dor, inchaço e rigidez, as manifestações clínicas de uma lesão meniscal podem variar conforme o tipo e a gravidade da condição, abrangendo outros sintomas associados que incluem:

• Percepção de travamento ou estalido durante a marcha.
• Dificuldade ou incapacidade de realizar a flexão ou extensão completa do joelho.
• Sensação de instabilidade articular, como se o joelho estivesse prestes a ceder

a

Causas

A ruptura do menisco pode ocorrer em consequência de movimentos que impõem torções ou rotações bruscas ao joelho, como pivôs agressivos ou paradas e giros repentinos. Atividades cotidianas, como ajoelhar-se, realizar agachamentos profundos ou levantar objetos pesados, também podem desencadear essa lesão. Em adultos mais velhos, alterações degenerativas naturais na articulação do joelho frequentemente predispõem ao rompimento do menisco, mesmo na ausência de traumas significativos.

a

Tratamento

O manejo das lesões meniscais apresenta variações que refletem a complexidade de fatores envolvidos, como a gravidade do dano, a localização do rasgo, a faixa etária do paciente e características individuais. Assim, o tratamento pode abranger desde abordagens conservadoras até intervenções cirúrgicas, cuidadosamente escolhidas para atender às especificidades de cada caso.

• Elevação e Gelo: A adoção de estratégias simples, como a aplicação de compressas de gelo e a elevação do joelho, revela-se eficaz no manejo do inchaço e na promoção do alívio da dor.
• Reabilitação e Fisioterapia: Programas de exercícios específicos, elaborados sob a orientação de um fisioterapeuta, desempenham um papel fundamental no fortalecimento dos músculos ao redor do joelho, na melhoria da estabilidade articular e na redução da dor. Através de intervenções cuidadosamente planejadas, busca-se restaurar a função normal do joelho e minimizar os sintomas, promovendo uma recuperação eficaz e o bem-estar do paciente.
• Tratamento cirúrgico: Nos casos em que a lesão meniscal é extensa, instável ou provoca sintomas como travamento articular, recorre-se frequentemente à cirurgia artroscópica, uma técnica moderna e minimamente invasiva. Esse procedimento envolve a inserção de uma microcâmera por uma pequena incisão no joelho, permitindo ao especialista visualizar diretamente a estrutura interna da articulação. Em seguida, instrumentos cirúrgicos delicados são introduzidos por outras incisões mínimas para realizar a reparação ou o ajuste necessário na lesão.

a

Referências bibliográficas

1. Stanford University Medicine. What are the symptoms of a meniscus tear?
2. American Academy of Orthopaedic Surgeons. Meniscus Tears.
3. Howell R, Kumar NS, Patel N, Tom J. Degenerative meniscus: Pathogenesis, diagnosis, and treatment options. World J Orthop. 2014;5(5):597-602.  doi:10.5312/wjo.v5.i5.597
4. Miller MD, Thompson SR. DeLee, Drez, & Miller’s Orthopaedic Sports Medicine: Principles and Practice (5th Edition). Elsevier Health Sciences, 2020.