A psoríase é uma doença crônica, complexa e multifatorial, caracterizada por um processo inflamatório que resulta na hiperproliferação de queratinócitos na epiderme, levando a um aumento na taxa de renovação celular da pele. Diversos fatores ambientais, genéticos e imunológicos desempenham papéis cruciais em seu desenvolvimento. Suas manifestações mais comuns ocorrem em regiões como cotovelos, joelhos, couro cabeludo, áreas lombo-sacrais, pregas interglúteas e glande peniana, podendo afetar as articulações em até 30% dos casos. O tratamento é determinado pela extensão das lesões, os locais acometidos, a presença de artrite e a espessura das placas e descamações, exigindo uma abordagem clínica criteriosa e personalizada.
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Tipos
Há diversos tipos de psoríase, cada um apresentando sinais e sintomas distintos:
- Psoríase em placas: É o tipo mais comum de psoríase, caracteriza-se pelo surgimento de placas secas, elevadas e cobertas por escamas, que podem causar coceira. Essas lesões variam em número e cor, dependendo do tom da pele, e geralmente aparecem em áreas como cotovelos, joelhos, região lombar e couro cabeludo. Após a cicatrização, podem ocorrer alterações temporárias na pigmentação da pele (hiperpigmentação pós-inflamatória), especialmente em peles morenas ou negras.
- Psoríase ungueal: A psoríase pode afetar unhas das mãos e pés, causando pequenas depressões (pitting), crescimento anormal, descoloração e, em casos graves, descolamento do leito ungueal (onicólise) ou fragmentação da unha.
- Psoríase gutata: Manifesta-se predominantemente em jovens adultos e crianças, sendo frequentemente desencadeada por infecções bacterianas, como a faringite estreptocócica. Suas características clínicas incluem pequenas lesões em forma de gota, acompanhadas de descamação, que acometem principalmente o tronco, os braços e as pernas.
- Psoríase inversa: Afeta principalmente as dobras cutâneas, como as da virilha, nádegas e seios. Caracteriza-se por áreas lisas de pele inflamadas, que se agravam com o atrito e a transpiração. Infecções fúngicas podem ser um fator desencadeante para o surgimento desse tipo de psoríase.
- Psoríase eritrodérmica: É o tipo menos comum de psoríase, pode acometer o corpo inteiro, manifestando-se por uma erupção cutânea descamativa que pode causar coceira ou ardência intensas. Essa condição pode ser de curta duração (aguda) ou de longo prazo (crônica).
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Causas
A psoríase é considerada um distúrbio do sistema imunológico, que provoca uma aceleração na renovação das células da pele. No tipo mais comum da doença, conhecido como psoríase em placas, esse turnover celular rápido resulta em áreas secas e escamosas na pele.
Embora a causa da psoríase ainda não seja completamente compreendida, acredita-se que envolva uma falha do sistema imunológico, onde as células de defesa atacam erroneamente as células saudáveis da pele. Pesquisadores indicam que tanto fatores genéticos quanto ambientais desempenham um papel no desenvolvimento da condição, que não é contagiosa.
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Gatilhos da psoríase
Muitas pessoas predispostas à psoríase podem permanecer sem sintomas por anos até que a doença seja desencadeada por algum fator ambiental. Os gatilhos comuns da psoríase incluem:
- Infecções, como faringite estreptocócica ou infecções cutâneas
- Clima, especialmente condições frias e secas
- Lesões na pele, como cortes, arranhões, picadas de insetos ou queimaduras solares graves
- Tabagismo e exposição à fumaça de segunda mão
- Consumo excessivo de álcool
- Certos medicamentos, como lítio, medicamentos para pressão arterial e antimaláricos
- Retirada abrupta de corticosteroides orais ou injetáveis
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Tratamento
A psoríase não possui cura, mas pode ser tratada. Embora não seja possível preveni-la, é viável controlar as recaídas. Nos casos leves e moderados, que correspondem a cerca de 80% dos casos, o controle pode ser alcançado por meio de medicamentos tópicos, hidratação da pele e exposição solar.
Vale ressaltar que, na maioria das situações, o tratamento é dividido em duas fases: a supressão das lesões e a manutenção da pele livre de lesões. Mesmo após alcançar a segunda fase, é fundamental realizar consultas periódicas com o dermatologista para ajustes no tratamento, assegurando a melhor qualidade de vida possível e minimizando o risco de recorrências.
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Referências
- Dinulos JGH. Psoriasis and other papulosquamous diseases. In: Habif’s Clinical Dermatology. 7th ed. Elsevier; 2021. https://www.clinicalkey.com. Accessed March 5, 2020.
- Psoriasis clinical guideline. American Academy of Dermatology. https://www.aad.org/member/clinical-quality/guidelines/psoriasis. Accessed March 5, 2020.
- Aloe. Natural Medicines. https://naturalmedicines.therapeuticresearch.com. Accessed March 6, 2020.
- Bolognia JL, et al., eds. Psoriasis. In: Dermatology. 4th ed. Elsevier; 2018. https://www.clinicalkey.com. Accessed March 5, 2020.
- Richard EG. Psoralen plus ultraviolet A (PUVA) photochemotherapy. https://www.uptodate.com/contents/search. Accessed March 16, 2020.