Tendinite bicipital

Tendinite bicipital

A tendinite bicipital é uma condição caracterizada pela inflamação ou irritação da porção superior do tendão do bíceps, também conhecida como a cabeça longa do tendão do bíceps. Este tendão, uma estrutura robusta e em forma de corda, desempenha um papel essencial ao conectar o músculo bíceps à cavidade do ombro.

Entre os sintomas mais comuns destacam-se a dor na região frontal do ombro e a fraqueza durante os movimentos, os quais podem ser, em grande parte, aliviados por meio de repouso e medicação. Nos casos mais graves, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. A fisioterapia, no entanto, emerge como uma abordagem eficaz, promovendo a redução da dor, o fortalecimento muscular, a amplitude de movimento do ombro e a recuperação da funcionalidade do braço e do ombro.

A tendinite bicipital é a inflamação da cabeça longa do tendão do bíceps.

  • Nos Estágios Iniciais o tendão torna-se inflamado e edemaciado, refletindo uma resposta inflamatória inicial.
  • À medida que a inflamação progride, ocorre agravamento do quadro que pode levar à irritação e ao espessamento do tendão e de sua bainha protetora.
  • Ocasionalmente, nos estágios avançados, o comprometimento estrutural do tendão pode culminar em desgaste acentuado ou até mesmo em sua ruptura completa. Essa ruptura total não apenas afeta a funcionalidade do membro, mas também gera uma deformidade estética marcante, frequentemente denominada “Sinal de Popeye”, caracterizada por uma protuberância visível na região superior do braço.

O comprometimento do tendão do bíceps frequentemente resulta de um processo acumulativo ao longo da vida, decorrente de atividades cotidianas habituais. Com o avanço da idade, o desgaste natural causado pelo uso contínuo tende a enfraquecer gradualmente os tendões, processo que pode ser exacerbado pela sobrecarga repetitiva de movimentos, especialmente na região do ombro.

O desgaste por uso excessivo não se limita a profissões ou tarefas rotineiras que exigem movimentos repetitivos; práticas esportivas que demandam ações frequentes acima da cabeça, como natação, vôlei, tênis e beisebol, representam um risco significativo para o desenvolvimento de tendinite no bíceps. Assim, a interação entre o envelhecimento e o esforço repetitivo emerge como um fator central na etiologia dessa condição debilitante.

Os sintomas da tendinite do bíceps podem se manifestar de diversas formas, refletindo a complexidade das estruturas envolvidas. Entre os sinais mais comuns, destacam-se:

  • Dor ou sensibilidade na parte da frente do ombro, frequentemente agravada por movimentos que envolvem levantamento acima da cabeça ou levantamento de objetos pesados;
  • Dor ao estender a mão para trás, como ao colocar o cinto de segurança no carro ou vestir um casaco;
  • Dor ou sensibilidade que se move para baixo no osso do braço;
  • Sons ou sensações de estalo ocasionais no ombro, que podem estar associados ao movimento da articulação ou tendão.

No tratamento da tendinite bicipital, a fase aguda é marcada por objetivos prioritários, como a redução da inflamação e do edema na região afetada. Nesse estágio, a fisioterapia e a reabilitação desempenham um papel essencial, focando na restauração da integridade e da força dos estabilizadores dinâmicos e estáticos da articulação do ombro, ao mesmo tempo em que promovem a recuperação da amplitude de movimento. Essa recuperação é especialmente crucial para atletas, cujas demandas funcionais dependem de um ombro plenamente saudável.

A intervenção cirúrgica, por sua vez, é reservada para casos em que um tratamento conservador de, pelo menos, seis meses se mostra ineficaz, evidenciando a necessidade de abordagens mais invasivas.

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Lucas Veríssimo

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